A indústria brasileira de couro e calçados sinaliza um cenário positivo para o segundo semestre de 2022, depois da 29ª edição do Salão Internacional do Couro e Calçado (SICC), realizado no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado, Rio Grande do Sul.
Com 112 mil visitantes e com a presença de 200 importadores de 30 países, empresas expositoras garantiram produção para os próximos meses ? inclusive, algumas com vendas acordadas até outubro -. Alguns dos expositores presentes calculam que o volume negociado no SICC deve ser 30% maior do que em 2019.
O SICC é uma oportunidade para que, principalmente, lojistas e distribuidores conheçam e comprem produtos das marcas presentes. Na edição 2022, o SICC contou com 250 expositores e 1,4 mil marcas de couro e calçados.
Muitas marcas aproveitam o momento do SICC para lançar as tendências primavera/verão. Além das coleções coloridas, bem recebidas por compradores e lojistas, há outros fatores que podem explicar o aumento das vendas nesta edição. Roberta menciona o interesse dos Estados Unidos pelos produtos brasileiros.
? A indústria projeta crescer em 3% neste ano, muito ligado à exportação, principalmente aos Estados Unidos, que não quis ficar tão dependente da China, porque lá tem que ser covid realmente zero, se não fecha tudo. Então, eles estão buscando o calçado brasileiro, devido à qualidade e ao design. Para nossa indústria, foi fabuloso ? destaca a diretora de relacionamento da Merkator Feiras e Eventos (promotora do Salão), Roberta Pletsch Roberta, em entrevista à Gaúcha ZH.
Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as exportações de calçados do Brasil cresceram em 68% no período de janeiro a abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2021. O segmento nacional recebeu US$ 434,65 milhões de dólares pela venda de 53,72 milhões de pares, com o Estado ficando responsável por 46% deste montante.
O SICC pode ter confirmado os indicativos que eram notados no setor. No primeiro trimestre de 2022, novamente de acordo com a Abicalçados, a indústria gerou mais de 17 mil postos de trabalho (em um setor que emprega cerca de 280 mil pessoas). Nesse cenário, o Rio Grande do Sul é o maior empregador do período, com 6,1 mil novas vagas ? em um total de 82 mil pessoas trabalhando nessa indústria.